Suicide + Death Set + Richard Fearless – South Street Seaport – 27.7.7

seaport.jpgMais um da série “shows de graça em lugares agradáveis”. A boa dessa Sexta foi conferir um evento do Seaport Music Festival, num porto à beira do rio Hudson, ao lado da Brooklyn Bridge. As três atrações ironicamente eram ligadas pelos nomes, todos com referências à morte, mas nada que desse um clima soturno ao show.

O DJ que abriu os trabalhos, Richard Fearless, é mais conhecido por tocar no Death in Vegas. Seu set como DJ não é lá muito interessante nem musicalmente nem tecnicamente, mas criou um bom clima enquanto todos chegavam e se sentavam para curtir o pôr-do-sol.

O The Death Set é uma dupla local que está escalada para abrir para o Bonde do Rolê aqui no mês que vem.  Johnny Siera e Matt Papich fazem um dos shows mais animados da cena local atualmente. Os dois tocam guitarra (ambas afundadas em tanto Fuzz) e cantam, com o apoio de um DAT. Além da bateria eletrônica que serve de base em todas as músicas, a sequência do show deles conta ainda com vários trechos de músicas sampleados entre cada número do show, deixando o clima lá em cima o tempo todo. Nos intervalos foi possível identificar “New Sensation” do INXS, “I Want You Back” do Jackson 5 e alguns clássicos do Gangsta Rap. Algumas vezes um grito sampleado possivelmente dos Beastie Boys serve de contagem para a próxima música. Se no início do show as músicas soavam um pouco cruas demais, com o conceito chamando mais atenção do que a canção em si, aos poucos o melhor do repertório dava as caras, para deleite do pequeno público que já segue eles nos shows. Para fechar, uma improvável cover de “Bombshell”, do Operation Ivy, para conquistar de vez este escriba. Recomendado! Qualquer hora dessas eles aparecem num TIM Festival aqui.

Com o Suicide a história foi um pouco diferente. Com o lugar muito mais cheio e uma introdução emocionada de um dos organizadores, orgulhosíssimo da presença do duo, o show tinha tudo para decolar, mas acabou não sendo bem assim. Completando trinta anos de carreira, Alan Vega, um dos maiores ícones do no wave novaiorquino, acompanhado de Martin Rev (sintetizadores) fizeram um show meio morno, importante pelo contexto histórico mas um pouco frio demais. Os clássicos “Dream Baby Dream” e “Che” marcaram presença, mas o Suicide, o pai (ou o avô) do synth-pop e de tudo eletrônico que veio depois, nos anos 80 e 90, ficou devendo.

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