Encarte/caixa genial da década

GÊNIO. Um cara chegou antes da indústria de novo. Saca a caixa/encarte do disco de estréia do Moldover. E a julgar pela pouca bola que as pessoas estão dando para CD, vamos ficar nesse caso isolado.

ps: Ninguém disse o preço

APW Festival – Jay-Z, Yeah Yeah Yeahs, Pharcyde, Vampire Weekend, The National, Fleet Foxes

Jarvis Cocker + Little Joy @Music Hall of Williamsburg 30jul09

Eu falei que queria mais e aí está: Jarvis Cocker mais uma vez!

Programado para uma semana onde o All Points West já ocupava todos os bolsos e olhares, Jarvis teve seu show redimensionado do gigante e mal-falado Terminal 5 para o simpaticíssimo Music Hall of Williamsburg, com capacidade bem menor (por volta de 700 pessoas). Com isso o show passou imediatamente de pouco procurado a esgotado.

Na abertura, o não menos que sensacional Little Joy, no show que marcou a volta de Fab Moretti (até então às voltas com o novo disco dos Strokes). Como o anúncio do LJ foi feito após a mudança de lugar, nenhum fã da banda conseguiu ingressos. Mesmo assim, o clima estava bastante favorável. Rodrigo Amarante entrou sozinho com “Evaporar” e todos prestaram atenção naquela música numa língua estranha. Daí pra diante o show foi parecido com os do Brasil, sem a mesma histeria, logicamente. Destaque de sempre para “Next Time Around” e “Don’t Watch Me Dancing”. Nessa última e no hit “Brand New Start” contaram com um naipe de metais. No final, uma cover de “Procissão”. Showzaço.

O dono da noite, Jarvis Cocker, confirmou todo seu carisma num set bem parecido com o do Primavera. Com apenas dois discos solo ele já tem material suficiente para não precisar apelar para o material da sua ex-banda. Dessa vez o destaque vai para “I never said I was deep”. Uma gravação para o programa de Jimmy Fallon (vídeo de “Further Complications” abaixo) no mesmo dia atrasou ligeiramente os horários do show, coisa muito séria por aqui, mas o bis com quatro músicas tratou de suprir qualquer ausência, trazendo para encerrar o maior hit de todos (“Don’t Let Him Waste Your Time”) e a estranha “You’re in My Eyes”, com uma jam noise prolongada para encerrar a noite. Jarvis é o show que vale à pena mesmo para não-conhecedores da obra. Ainda quero mais!

Angela
Further Complications
Leftovers
Slush
Big Julie
I Never Said I Was Deep
Homewrecker
Fat Children
Black Magic

Pilchard
Hold Still
Don’t Let Him Waste Your Time
You’re In My Eyes (Discosong)

Pete Yorn – Webster Hall – 29.7.2009

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Pete Yorn – Webster Hall, NYC – 29.07.2009

No dia seguinte ao Green Day foi a vez de conferir ao vivo Pete Yorn. Um grande show no sempre acolhedor Webster Hall (que um dia já se chamou Ritz e foi palco do melhor show do Guns N’Roses já registrado), com direito a naipe de metais, uma versão bem-sacada de New Order e hits do próprio como “The Man” e “For Nancy”.

For Nancy

Bizarre Love Triangle

setlist

Black
Shotgun (with horns)
Life On a Chain
Undercover
Close (with horns)
Murray
The Man (acoustic)
Crystal Village
For Us
Social Development Dance
Bizarre Love Triangle (New Order cover)
Don’t Wanna Cry (with horns)
Strange Condition

Last Summer
On Your Side
Closet
For Nancy (‘Cos It Already Is)

Green Day + Kaiser Chiefs @MSG

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Green Day + Kaiser Chiefs
Madison Square Garden, NYC

O Green Day está em turnê para promover o recém-lançado “21st Century Breakdown”, sua segunda incursão no perigoso universo das óperas-rock. A anterior foi o premiadíssimo “American Idiot”, com a melhor recepção comercial possível.

Nessa primeira parte da turnê a banda de abertura é o Kaiser Chiefs, e no fim do mês quem assume o posto é o Franz Ferdinand. Ambas as escolhas depõem muito a favor do GD, mas o Kaiser Chiefs acaba decepcionando demais no desempenho da função. A banda soa totalmente desesperada ao ir aos extremos do populismo para tentar agradar o público, com o vocal Ricky Wilson tentando incitar todos o tempo todo, até mesmo puxando o coro pra todo mundo gritar o nome da banda principal da noite, deixando em segundo plano o bom repertório que eles já acumulam. Uma pena.

E chega a hora do Green Day. Tinha conferido a banda no Rio ainda na década de 90, no auge da nossa relação. “American Idiot” cumpriu a dificílima tarefa de renovar o público dos caras, e não dá pra ignorar a total fascinação de uma nova geração por todos os clichês do rock de arena que eles até então não tinham presenciado. E daí não tem muito jeito, é pra esse público que o Green Day quer falar hoje em dia (a garota do meu lado não parava de mandar SMS com “OMG! D best concert evah” pra todas as amigas) e não dá pra sair tocando suítes de rock pra um público jovem sem convidá-los para interagir. O problema é que isso acontece em invariavelmente todas as músicas dos últimos dois discos e elas ocupam a primeira hora e meia de show. Pois é, na tour nova o Green Day toca por três horas.

Daí, depois de doze músicas, eles me fazem lembrar do que eu já gostei tanto na banda, e mandam uma sequência muito boa das músicas rápidas e assoviáveis que produziram às dúzias nos discos anteriores. E essa hora seguinte de show faz tudo valer à pena. A coisa chega ao requinte de revisitar a fase independente do trio em pérolas como “Going to Pasalacqua” e “Christie Road”.

Saciados os fãs mais antigos, o trio volta a ser um sexteto (com guitarra, acordeom, violão, saxofone) e encerra a apresentação com fogos de artifício e delírio generalizado. Como se no backstage houvesse uma lista de clichês a serem visitados e alguém só se desse conta depois, Billy Joe volta para encerrar sozinho em um set acústico com direito a isqueiros, celulares acesos e o hit dos bailes de formatura aqui, “Good Riddance”. Será que a tour chega mais enxuta por aqui?

1. Song of the Century
2. 21st Century Breakdown
3. Know Your Enemy
4. Murder City
5. East Jesus Nowhere
6. Holiday
7. Static Age
8. Before the Lobotomy
9. Are We the Waiting
10. St. Jimmy
11. Boulevard of Broken Dreams
12. A Quick One While He’s Away (The Who)
13. Hitchin a Ride
14. Welcome to Paradise
15. Stop, Drop, and Roll/ Eye of the Tiger
16. FOD
17. When I Come Around
18. Going to Pasalacqua
19. Stuart And The Ave./ Who Wrote Holden Caulfield?
20. Iron Man riff
21. Brain Stew
22. Jaded
23. Knowledge
24. Basket Case
25. She
26. King For a Day
27. Shout/ Earth Angel (The Penguins)/ Christie Road / I’ll Be There
28. 21 Guns
29. American Eulogy
30. American Idiot
31. Jesus of Suburbia
32. Minority
33. Macy’s Day Parade
34. Tell Me When It’s Time to Say I Love You (AI b-side)
35. Good Riddance

Resenhas de Shows

As próximas a aparecerem por aqui:

28 GREEN DAY / KAISER CHIEFS  Madison Square Garden
29 PETE YORN Webster Hall
30 JARVIS COCKER / LITTLE JOY Music Hall of Williamsburg
31 JAY-Z + VAMPIRE WEEKEND + YEAH YEAH YEAHS
03 ARCTIC MONKEYS Highline Ballroom
05 PAUL McCARTNEY + MGMT Fenway Park, Boston

Paralamas do Sucesso – Canecão – 29.6.2009

DSC00175Minha relação com os Paralamas do Sucesso ao vivo vem de muito muito tempo atrás. Até o “Longo Caminho”, os discos tocaram muito aqui em casa. Com os últimos dois a coisa não fluiu tão bem pra mim. Mas nada que fizesse deixar passar em branco uma turnê nova.

Essa, do “Brasil Afora”, está só no começo. A formação ao vivo da banda abriu mão de dois músicos, percussão e um metal, sem perder força. O repertório está muito bem costurado, com quase todo o show emendado, sem espaço pra muita enrolação. A sequência de abertura, iniciada com a nova “Sem Mais Adeus”, é de fazer fã velho chorar: “Dos Margaritas” (do supremo Severino), “Pólvora”(grande faixa do Big Bang, menosprezada por uma década) e “O Beco”. “Bora Bora” aparece no arranjo do Acústico e outro grande momento revival é “Perplexo”, um caldeirão de referências aos fins dos anos 80 que não faz mais tanto sentido nos dias de hoje, mas uma excelente canção ainda assim.

Na nova formação enxuta, João Fera ganhou mais espaço e arranha um violão em algumas músicas. O trio fica lado a lado, com a bateria à esquerda de Herbert e Bi à sua direita. A comunicação entre eles flui bastante mas no caso específico do Canecão sobrou muito espaço na frente (a linha de frente estava quase dois metros atrás do normal). O show tem até um momento acústico, onde outra pérola do Severino, “O Rio Severino”, dá as caras, além de “Uns Dias” e “Caleidoscópio”. Muitos desses meus destaques do set foram singles em algum momento, mas ainda não tinham dado as caras nos shows do Paralamas essa década. Ponto pra banda.

Na maior surpresa do roteiro, João Barone assume os vocais pela primeira vez em muito tempo para tocar “O Vencedor”, dos Hermanos, mantendo um hábito antigo da banda de dialogar com bandas de novas gerações. Se Barone segurou na voz a execução na bateria ficou bem abaixo do que o mestre pode render, mas mesmo assim valeu pelo momento. A última do show, a obrigatória “Uma Brasileira”, voltou numa levada mais rock na bateria, curiosa também.

Para o bis, mais quatro hits pra mandar todo mundo embora com um sorriso rosto. Não tem jeito, eles sabem o que fazem ao vivo. Longa vida aos Paralamas do Sucesso!

Set List (retirado do blog do Bragatto)
1- Sem Mais Adeus
2- Dos Margaritas
3- Pólvora
4- O Beco
5- Ela Disse Adeus
6- Cuide Bem do Seu Amor
7- Romance Ideal
8- Bora Bora
9- Perplexo
10- Meu Sonho
11- A Lhe Esperar
12- O Calibre
13- Meu Erro
14- Mormaço
15- O Rio Severino
16- Caleidoscópio
17- Uns Dias
18- O Vencedor
19- A Novidade
20- Quanto ao Tempo
21- Lourinha Bombril
22- Alagados
23- Uma Brasileira
Bis
24- Lanterna dos Afogados
25- Sonífera Ilha
26- Ska
27- Vital e Sua Moto

Por aqui

ingressos

Não vamos nada mal de shows por aqui também. Aguardem pra esse mês resenhas de Paralamas, Wander Wildner, Paulinho da Viola, Roberto Carlos, PELVs e outros. Um belo mês.

Neil Young – A Day in the Life

Essa mesma cover já foi razão de post anterior aqui, mas por essa aqui, ontem em Londres, nem Neil Young esperava.

Michael Jackson 1958-2009

O melhor jeito de homenagear: indo pra rua e celebrando a arte, que afinal de contas viverá pra sempre. Obrigado.

via http://twitter.com/dodoazevedo